Um total de 72 espetáculos de 67 companhias de nove estados participaram do processo seletivo da Mostra Nordeste do XVIII Festival Nordestino de Teatro de Guaramiranga - FNT, destes, foram selecionados dois do Ceará, dois de Pernambuco e um da Bahia, Maranhão, Paraíba, Piauí e Rio Grande do Norte.
A seleção era para espetáculos voltados para espaços não-convencionais, teatro de rua, performances, contação de história, circo-teatro, teatro popular e palco italiano.
O critério utilizado pela comissão de seleção foi da qualidade do trabalho teatral, diversidade estética e como estes investigam o teatro de rua e o teatro na rua.
A comissão de seleção foi composta pelos seguintes profissionais: Silvero Pereira (Ator, artista plástico, graduado em Artes Cênicas pelo IFCE, diretor do Grupo Parque de Teatro na cidade de Aquiraz e Grupo 3X4 de Teatro em Fortaleza, é curador do Festival de Teatro de Acopiara/CE e professor do Curso Princípios Básicos de Teatro no Theatro José de Alencar); Thiago Arrais (Diretor teatral, professor efetivo do curso de Licenciatura em Teatro do IFCE e integrante do Movimento Todo Teatro é Político) e Vanéssia Gomes (Atriz do grupo Teatro de Caretas, multiplicadora do método Teatro do Oprimido e articuladora Rede Brasileira de Teatro de Rua).
ESPETÁCULOS SELECIONADOS PARA A MOSTRA NORDESTE
Qualquer Coisa a Gente Inventa (Celeiro Cultural – BA). Autora, diretora e atriz: Meran Vargens. 45min. Meran Vargens traz à cena sua contadora de histórias. Um desafio à imaginação. Uma sessão de histórias inventadas na hora a partir de estratégias de narrativas cênicas, onde o público, se quiser, inventa. A atmosfera é de encontro, intimidade e troca de experiências de vida que habitam nossas memórias, sonhos e nosso rico universo imaginário.
Charivari (
Grupo Ninho de Teatro – CE). Texto: Lourdes Ramalho. Direção: Duílio Cunha. É o terceiro espetáculo adulto do grupo e o seu primeiro de rua. Estreou em setembro de 2009. O espetáculo Charivari é uma encenação para o premiado texto homônimo da dramaturga Lourdes Ramalho com direção de Duílio Cunha. Utilizando uma arena em plena praça pública para o desfile de personagens de cunho farsesco, o espetáculo se propõe a rememorar as tradições carnavalescas medievais em diálogo com elementos do teatro contemporâneo e da cultura popular para fazer rir e, ao mesmo tempo, constituir um charivari de nossos tempos no qual o riso zombeteiro é a arma para correção dos males praticados.
Flor de Macambira (
Grupo Ser Tão Teatro – PB). Baseado na obra “O Coronel de Macambira” de Joaquim Cardozo. Adaptação: Rosyane Trotta. Direção: Christina Streva. 58min. “Flor de Macambira” é uma festa popular com música, comicidade, cor e teatralidade que conta a história da jovem Catirina, a mais bela flor da Fazenda Macambira, que sucumbe aos vícios e tentações mundanas e, para salvar a si e a seu amado, mergulha nas profundezas de sua alma. Tipos do cotidiano brasileiro como o coronel sanguinário, o padre mercantilista, o bicheiro corrupto, e o triunvirato do capitalismo: o economista ilusionista, o banqueiro especulador e o marqueteiro enganador vão sendo apresentados, quadro a quadro, no espetáculo. A peça é uma leitura contemporânea do texto da década de 60.
Abajur Lilás (
Grupo Imagens de Teatro – CE). Texto: Plínio Marcos. Direção: Edson Cândido. 1h. Texto de 1969. Foi proibido em abril de 1970 e permaneceu na gaveta da censura por uma década, sob a alegação de que atentava contra a moral e os bons costumes. Liberado em abril de 1980, provocou profundo impacto em sua estreia nacional e teve inúmeras versões regionais durante 20 anos. Três mulheres sobrevivem como prostitutas à beira da marginalidade. Apesar das incontestáveis dificuldades este cotidiano, tudo está como deveria. Até que um dia, tomada por um subido acesso de raiva e o árduo desejo de provocar o proprietário do covil, uma delas quebra um abajur. Este evento é o suficiente para desencadear a vingança do dono do prostíbulo.
Canto de Gregório (
Grupo Magiluth – PE). Dramaturgia: Paulo Santoro. Direção: Pedro Vilela. Gregório é um personagem inquieto com o sentido de suas próprias ações. Sozinho em seu canto ele busca uma ética conversando com mitos da religião e da filosofia e armando um cenário para ser julgado pelo crime de não ser um bom homem.
Circoluz Brincante (
Cia Tapete Criações Cênicas – MA). De Raquel Franco Almeida. O espetáculo explora o círculo como local do teatro, do ritual, do circense e do encontro. Nele, a palhaça Keke divide com o público elementos de sua genealogia, as partículas de brincadeira, riso e absurdo que a compõe. São exploradas as várias possibilidades de jogo e diálogo entre comicidade, cultura popular maranhense e habilidades circenses.
Flúvio e o Mar (
Atores à Deriva Coletivo Artístico – RN). Texto e Direção: Henrique Fontes. 50min. Um menino com um destino de onda, um desejo de Mar. Assim é Flúvio, o herói deste espetáculo infanto-juvenil do Coletivo Atores à Deriva. A peça conta a história de Flúvio, um menino de nome aquático que mora na pequena cidade de Elmo das Pedras e que um dia decide partir em uma aventura em busca do mar, porque segundo ele. É do mar que nasce toda a vida. No caminho encontra alguns personagens curiosos. Eles aparecem em seu caminho, alertando-o sobre suas escolhas.
O Auto da Folia de Reis (
Grupo Corpos Teatro Independente – PI). Texto, Direção e Produção: Adalmir Miranda. É um espetáculo teatral de cunho popular que traz como tema principal o Reisado do Piauí. Possui a característica principal de espetáculo de teatro de rua resgatando a expressão popular do nosso povo nas mais diversas áreas da cultura nordestina, trabalhando o teatro infanto-juvenil. Dentro de uma concepção bastante simples, o texto traz no seu bojo um levantamento realizado por trabalho de pesquisa sobre as expressões populares nas mais diversas áreas da cultura nordestina, tendo como foco principal o reisado e costumes do folclore piauiense.
Pólo Marginal - Opereta de Rua (
Grupo de Teatro de Rua Loucos e Oprimidos da Maciel / IDS – Instituto de Desenvolvimento Social – PE). Texto: Marco Pólo Guimarães. Direção: Carlos Salles. 60min. Conta a história de um grupo de artistas saltimbancos que decidem aportar no centro do Recife, trazendo a força da poesia e da música como forma de provocar as pessoas com relação à sensibilidade e a emoção presente em cada um de nós. Com poemas fortes e lancinantes, o espetáculo propõe uma radiografia dos problemas comumente observados nos grandes centros urbanos.
ESPETÁCULOS SUPLENTES PARA A MOSTRA NORDESTE
Além dos nove selecionados, a comissão indicou seis espetáculos suplentes. São eles: Sim Salabim (Cia O Mínimo – SE), Versos de Um Lambe Sola (Associação Teatral Joana Gajuru – AL), Remendo Remendó (A Outra Companhia de Teatro – BA), A Carroça é Nossa (Grupo Xama Teatro – MA) Conversa de Lavadeiras (Trupe `Caba de Chegar – CE) e Sebastião (Território Sirius Teatro / Cooperativa Baiana de Teatro – BA).
O XVIII Festival Nordestino de Teatro de Guaramiranga (FNT) – Será realizado nos dias 03 a 10 de setembro, em Guaramiranga/CE. Serão oito dias de programação, espetáculos teatrais e de cultura popular, shows, cortejos e lançamentos, além do Programa de Formação com ciclo de debates, oficinas e fórum, que este ano será focado no tema “O teatro e a poética do espaço.
O XVIII FNT é uma promoção do Governo do Estado do Ceará, via Secretaria da Cultura/Lei Estadual de Incentivo à Cultura. Tem patrocínio da Oi e apoio cultural do Oi Futuro, assim como apoio institucional da Prefeitura Municipal de Guaramiranga, Theatro José de Alencar e Fecomércio/Sesc-CE. e Realização da Associação dos Amigos da Arte de Guaramiranga - AGUA,
SERVIÇO: Informações: (85)3321.1405, (85)8722.2677
FONTE: NILDE FERREIRA
XVIII Festival Nordestino de Teatro (FNT)
ResponderExcluirSelecionados para a Mostra PARALELA:
A comissão julgadora optou, a exemplo da Mostra Nordeste, por uma seleção diversificada, destacando a pluralidade da cena cearense. Espaços variados como a rua, a caixa cênica e locais alternativos são, no repertório escolhido, ocupados por gêneros variados de teatro, como contação de história, espetáculos infanto-juvenis, poéticas urbano-contemporâneas, poéticas tradicionalistas, etc. Como resultado, a comissão pôde contemplar diferentes recortes de trajetória da cena cearense: desde grupos e artistas com reconhecida experiência chegando a importantes revelações e renovadores do nosso teatro - tudo sempre primando pela seriedade e legitimidade do trabalho artístico.
SELECIONADOS:
1. Pau que Nasce Torto – Grupo Cutubas
2. Terreiro de Histórias – Armadilhas Cênicas
3. A Revolta das Coisas – Organização Artística Pavilhão da Magnólia
4. Diferente Olhar Infinito - Grupo N Infinito
5. Triim – Grupo Barafustar de Teatro
6. A Granja – Grupo Nóis de Teatro
SUPLENTES:
7. O Malígno Baal - O Associal – Grupo Experimental de Teatro / GET
8. O Santo e a Porca – Trupe Cangaias de Teatro
9. Sons do Mucuim – Muc’Art
COMISSÃO DE SELEÇÃO
Silvero Pereira
Thiago Arrais
Vanéssia Gomes
FONTE: AGUA - Associação dos Amigos da Arte de Guaramiranga, quinta, 28 de julho de 2011 às 18:49