A Casa Boris foi fundada em
Fortaleza em 1869, inicialmente chamava-se de Theodore Boris & Irmãos, cujos sócios eram Alphonse e Theodore,
franceses da cidade de Chambrey, da província de Alsácia-Lorena,
tinham como lema “União, justiça, trabalho”.
Em 1871, juntava-se aos negócios,
os irmãos Isaie Boris e
os gêmeos Achille e Adrien, passando a denominar-se
de Boris Frères, com o sociedade dos
cinco irmãos que passaram a ser a principal exportadora de artigos
cearenses, beneficiava e remetia rumo a Paris e Europa,
o algodão, cera de carnaúba, borracha, couro, café, entre outros.
Além dessas exportações traziam para o Ceará diversos gêneros franceses, como produtos alimentícios, roupas e tecidos, perfumarias, decoração, mobília,
cozinha, papelaria e escritório, mais adiante com o trânsito de maquinarias,
carvão, madeira, material para a estradas de ferro que estava sendo feita com
equipamentos ingleses, inclusive trouxerem a colossal estrutura de ferro fundido
do Teatro José de Alencar.
Além do comércio marítimo, ainda eram representantes de
vários bancos financiadores, inclusive do Banco do Brasil e do famoso Banco de Londres.
A Casa
Boris mudou a maneira do comércio no Ceará, o que antes era restrito as feiras-livres,
com vendedores-viajantes, que percorriam as mais diversas localidades da província
e utilizavam mercadorias vindo de Pernambuco e despachadas pelo Porto de Aracati
e comercializadas por cidadãos principalmente de Aquiraz e de outros regiões da
ribeiras do Jaguaribe, passou agora a ser comercializados pela Casa Boris diretamente de Fortaleza (passara a ser a Capital no ano de 1799, quando foi criado a Província do Ceará, desmembrada da de Pernambuco) para os maiores centros urbanos do interior, através de financiamento
e abastecimento aos armarinhos e bodegas, tudo em centro estabelecido, assim as
mercadorias vinham direto da Europa pela alfândega de
Fortaleza e desta distribuídas por exclusividade pela Casa Boris.
Comercializava com todas as
localidades importantes do Ceará, como Aracati, Sobral, Icó, Camocim, Itapipoca e com vários estados do Nordeste, Norte
e Sudeste do País.
Além das atividades já mencionadas vieram a adquirir e
arrendar várias propriedade nas localidades como Serra Grande, Maciço
de Baturité e Cariri, dedicadas aos plantios de café, maniçoba,
cana-de-açúcar, depois até de mineração de cobre, tempos depois passaram a
produção própria como na Fazenda Serra Verde, em Caririaçu.
No Maciço de Baturité, não há como dissociar a Casa
Boris com o crescimento do comércio e com o apogeu da produção de café e do breve
ciclo da borracha de maniçoba, tudo intensificou-se a partir de 1878, com da
chegada de Isaie Boris, que veio residir em Fortaleza, sendo
que de logo passou a frequentar a Cidade de Baturité e a hospedar-se na Vila de
Conceição da Serra, hoje Guaramiranga.
Um dos exemplo de impulsionamento do comércio é o de João Cordeiro, incentivado
pela Casa Boris chega à Cidade de Baturité, com espírito irrequieto,
cheio de iniciativas e com auxiliado de Isaias Boris, que lhe abriu
crédito no valor de 100 contos (para aquela época, uma fortuna) fundou uma casa
comercial cujo capital levantou prédio e instalou a Fábrica Proença. Neste
estabelecimento iniciou a comercialização e industrialização de mil e um produtos como licores,
vinagre, ginebra, sabão, óleos, resíduo, etc.
Foi dessa maneira que em pouco tempo a Casa
Boris já possuía 25 propriedades na Serra, que os arrendavam para produção ou
com uso próprio, nessa época a Serra passava por uma expansão do cafeeiro, de
um pequeno ciclo do cultivo da maniçoba
para produção de borracha (este com financiamento e acompanhamento dos sindicatos
da Franca e da Inglaterra), além das áreas reservadas para produção de cana-de-açúcar qual produzia rapadura e outras áreas para
a tradicional produção de mandioca, milho e feijão destinado a subsistência.
O próprio Vice Cônsul da França,
em 1888, adquiriu juntamente com os italianos da firma Justi Barsi & Irmão,
uma área desmembrada do Sítio Macapá (hoje compreendido as terras do Conjunto
Frei Domingos até o local conhecido como Volta dos Cavalos), talvez proveniente
de ativos da firma Rocha & Figueiredo,
qual denominou de Sítio Nancy,
mas passou pouco tempo aqui e teve que regressar a França, contudo manteve o Sítio
em parte com o gerente Manuel Vitor de Holanda e outra arrendou para os irmãos
italianos Barsi, qual a denominaram de Sítio Monte Grappa.
ÍNDICE DAS FOTOS:
Theodore Boris in Revista Costumes 7ª Edição, Fortaleza-Ce., Publicado em 17
de maio de 2012.
Procura de Maniçoba in Almanak Laemmert: Administrativo, Mercantil e Industrial (RJ) - 1891 a 1940.
Agricultores de Baturité in
Almanak
Laemmert: Administrativo, Mercantil e Industrial (RJ) - 1891 a 1940.
Casa do Sítio Monte Greppa na Rua do Comércio, hoje Rua Joaquim Alves Nogueira, in a Famílias Cearenses,
de Francisco Augusto de
Araújo Lima.
PARA SABER MAIS:
http://www.blogdealtaneira.com.br/2013/03/fazenda-serra-verde-franca-livre-dos.html?m=1
http://www.fortalezanobre.com.br/2013/02/casa-boris-freres.html
http://www.fortalezanobre.com.br/2009/11/ruas-de-fortaleza-mudancas-rua-boris.html