sábado, 24 de dezembro de 2022

PADRE JOSÉ RAIMUNDO BATISTA, PRIMÓRDIO DA IGREJA DE SENHOR DO BONFIM DE PERNAMBUQUINHO

 

PERNAMBUQUINHO

As margens do Riacho das Cobras, afluente do Rio Pendência, surgia um Arraial, o registro mais antigo do lugar que nos chega hoje, data do ano de 1860, quando foi noticiado a existência no local de uma grande feira livre.

Com a criação da Comissão Edificadora do Templo do Senhor do Bonfim de Pernambuquinho, no ano de 1870, iniciou-se a construção da atual Igreja (foto), antes era uma Capela no alto, porém já com a invocação de Senhor do Bonfim, faziam parte desta comissão, Francisco Alves Cavalcante, Joaquim Alves Lima, Ildefonso Bezerra Lira e Carlos Antônio da Paixão.

Concluído o templo, no ano de 1873 chega da Cidade de Olinda, Pernambuco, seu primeiro vigário, o Padre José Raimundo Batista (foto), tradição oral dizem que era primo do Padre Cícero Romão Batista.

O Padre José Raimundo Batista, nasceu em São Mateus, atual Cidade de Jucás, em 31 de agosto de 1827, ordenou-se em 8 de maio de 1859, lente do Seminário de Olinda de 1859-1873.[1]

Logo ao chegar iniciou a construção do Sobrado que seria sua residência e casa paroquial(foto), trouxe mestre de obra de Olinda, sendo feito com uma solidez que até hoje sobrevive em pé, adquiriu também o Sítio Vazantes, nas proximidades do Arraial que na data já era chamando de Pernambuquinho.  

Portador de uma cultura e sociabilidade destacante para a época,[2] ficou como capelão do Templo de Senhor do Bonfim por 23 anos, quando em 21 de março de 1896 foi transferido para a Freguesia de Pentecoste.

Faleceu na Cidade de Sobral em 14 de abril de 1918, aos 91 anos de idade.

Após seu falecimento o Sobrado ficou ocupado pela professora Dinorah Viera Linhares que era casada com Manoel de Abreu Mota, nele lecionava a cadeira reunida,[3] o casal porém nos anos finais da década de trinta partiram para o Rio de Janeiro, sendo o imóvel vendido pelos familiares do padre ao Dr. João Otávio Lobo, então médico particular de D. Libânia de Holanda, do Sítio Uruguaia, que passou a frequenta periodicamente a Serra. No ano de 1940 este vendeu ao casal Lauro Vieira ChavesCarmem Leite Barbosa, ela descendente do Barão de Camocim, que permanece em família até os dias de hoje. 

O Sítio Vazantes ficou com o familiar Raimundo Batista de Oliveira e sua esposa de nome Marcionília Maria Batista de Oliveira, que formaram uma numerosa descendência da família Batista, com estirpes em Guaramiranga, Pacoti e Baturité.

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[1] In Silveira, Aureliano Diamantino. Ungidos do Senhor na Evangelização do Ceará (1700 a 2004) / Aureliano Diamantino Silveira. - Fortaleza: Premius, 2004.  Vol. 2 - pág. 491.

[2] No Sobrado ensinava latim para quem interessasse.

[3] Ensino público reunindo em uma só sala de aula alunos masculino e feminino, forma então permitida pela Reforma Educacional do Ceará, datada de 1922.

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