As margens do Riacho das Cobras, afluente do Rio Pendência, surgia um Arraial, o registro mais antigo do lugar que nos chega hoje, data do ano de 1860, quando foi noticiado a existência no local de uma grande feira livre.
Com a
criação da Comissão Edificadora do Templo do Senhor do Bonfim de Pernambuquinho,
no ano de 1870, iniciou-se a construção da atual Igreja (foto),
antes era uma Capela no alto, porém já com a invocação de Senhor do
Bonfim, faziam parte desta comissão, Francisco Alves Cavalcante, Joaquim
Alves Lima, Ildefonso Bezerra Lira e Carlos Antônio da Paixão.
Concluído o
templo, no ano de 1873 chega da Cidade de Olinda, Pernambuco,
seu primeiro vigário, o Padre José Raimundo Batista (foto), tradição oral dizem que era primo do Padre
Cícero Romão Batista.
O Padre
José Raimundo Batista, nasceu em São Mateus, atual Cidade de Jucás,
em 31 de agosto de 1827, ordenou-se em 8 de maio de 1859, lente
do Seminário de Olinda de 1859-1873.[1]
Logo ao chegar iniciou a construção do Sobrado que seria sua
residência e casa paroquial(foto), trouxe mestre de obra de Olinda, sendo feito com uma
solidez que até hoje sobrevive em pé, adquiriu também o Sítio Vazantes, nas
proximidades do Arraial que na data já era chamando de Pernambuquinho.
Portador de uma cultura e sociabilidade destacante para a época,[2]
ficou como capelão do Templo
de Senhor do Bonfim por 23 anos, quando em 21 de março de 1896
foi transferido para a Freguesia de Pentecoste.
Faleceu na Cidade
de Sobral em 14 de abril de 1918, aos 91 anos de idade.
Após seu falecimento o Sobrado ficou ocupado pela
professora Dinorah Viera Linhares que era casada com Manoel de
Abreu Mota, nele lecionava a cadeira reunida,[3]
o casal porém nos anos finais da década de trinta partiram para o Rio de
Janeiro, sendo o imóvel vendido pelos familiares do padre ao Dr. João
Otávio Lobo, então médico particular de D. Libânia de Holanda,
do Sítio Uruguaia, que passou a frequenta periodicamente a Serra. No ano de 1940 este vendeu ao casal Lauro Vieira Chaves e Carmem
Leite Barbosa, ela descendente
do Barão de Camocim, que permanece em família até os dias de hoje.
O Sítio Vazantes ficou com o familiar Raimundo Batista de Oliveira e sua esposa de nome Marcionília Maria Batista de Oliveira, que formaram uma numerosa descendência da família Batista, com estirpes em Guaramiranga, Pacoti e Baturité.
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[1]
In Silveira, Aureliano Diamantino. Ungidos do Senhor na
Evangelização do Ceará (1700 a 2004) / Aureliano Diamantino Silveira. - Fortaleza:
Premius, 2004. Vol. 2 - pág. 491.
[2] No Sobrado ensinava latim para quem interessasse.
[3]
Ensino público reunindo em uma só sala de aula alunos masculino e feminino, forma então permitida pela Reforma Educacional
do Ceará, datada de 1922.