segunda-feira, 20 de junho de 2011

RÉGIS HOLANDA E O TELEFÉRICO PARA O PICO ALTO

Régis Holanda
Régis Holanda de Queiroz é o idealizador do bondinho, nasceu e viveu toda sua infância no sítio Barra Nova, próximo ao Pico Alto, hoje é Engenheiro Mecânico - CREA-CE nº 1142D, pai de três filhos. Respondeu com entusiasmos as perguntas elaboradas pelo blog e diz que este assunto virou sua obsessão e que seu sonho é ver o empreendimento realizado. Lembra que o teleférico não afeta em nada a vegetação local, pois passa sobre as árvores e é um equipamento de contemplação da natureza para que as pessoas passem a admirá-la e aprendam a preservá-la.

Blog - Você que vem acompanhando desde o início este teleférico para o Pico Alto, como foi a ideia inicial?
Regis - A ideia inicial surgiu após uma viagem que fiz em 2004, para as cidades de Blumenau e Brusque, em Santa Catarina, onde em Brusque existe um teleférico de cadeiras dentro de uma região montanhosa e arborizada. Como era um dia de semana o mesmo estava fechado, mas para minha surpresa, o operador o fez funcionar de maneira muito fácil, apenas com o toque de uma botoeira e pude dar uma volta e verificar que o equipamento é muito simples de ser construído e operado, pois é apenas um conjunto de motor e redutor com uma polia e cabos de aço. Como sou Engenheiro Mecânico, vi que se encaixaria muito bem no Pico Alto, que tem um relevo e uma vegetação mais bonita e exuberante. Em 2007 fui conhecer o teleférico de Atibaia, no interior de São Paulo e depois visitei outros, todos modernos e bem parecidos como se encontra hoje o projeto do Teleférico do Pico Alto.
Blog - Como se encontra hoje o projeto do teleférico para o Pico Alto?
Regis - O projeto executivo foi contratado pela SEMACE, no primeiro governo de Cid Gomes, mais precisamente em janeiro de 2009. O governador viu e gostou da ideia. A SEMACE hoje é a proprietária de uma área de 70 hectares do sítio Islândia, onde está encravado o Pico Alto, essa área foi desapropriada no governo de Lúcio Alcântara, para evitar loteamento, construções e desmatamento. O projeto executivo saiu da SEMACE e está na SETUR,  já houve algumas reuniões sobre a execução, a última em maio recente, onde o secretário Bismarck Maia viu e gostou do projeto, passando os desenhos e a maquete eletrônica para o Secretário Executivo, Luís Mário Vieira, que me falou que este projeto é de grande interesse da SETUR e do governo Cid Gomes, sendo uma obra importante para a Região do Maciço de Baturité e que está em busca de tempo para dar continuidade ao mesmo.
Blog - Como foi a participação da firma GAU-GUIMARÃES ARQUITETURA E URBANISMO S/C LTDA – EPP.?
Regis - A GAU - Guimarães Arquitetura, através do arquiteto Luciano Guimarães, fez todo projeto executivo com plantas, cálculo estrutural, instalações elétricas e hidráulicas e entregou na SEMACE com o protocolo (SPU-10250666-3) em 08/07/2010. Minha participação junto a GAU foi apenas como voluntário e incentivador, levando e mostrando o local aos arquitetos.
Blog - Qual a sua opinião sobre o projeto apresentado?
Regis - Após mais de um ano de elaboração do projeto executivo, o mesmo ficou muito bom e moderno, onde o cálculo estrutural foi elaborado por Raimundo Calixto, o mesmo que já fez grandes obras, como o Iguatemi e o novo Centro de Eventos. O projeto contempla também todo um entorno, formado por: estacionamento, lojas para venda de produtos artesanais, espelho d’água sob a estação inferior, um ônibus tipo jardineira para que não quiser subir de teleférico, acessibilidade a cadeirantes e principalmente uma passarela circulando todo o Pico Alto.
Blog - Poderá todo material e serviços como está no projeto ser contratado e executado por aqui mesmo no Ceará ou terá de ser importado?
Regis - O projeto executivo foi feito por aqui mesmo no Ceará mas a obra tem que ser uma empresa de outro Estado. No Brasil a maior e melhor é a JM teleféricos / Metalumínio teleféricos. Veja o site www.telefericos.com.br.
Blog - O projeto executivo encontra-se hoje em qual secretaria e qual setor?
Regis - Encontra-se na SETUR com o secretario executivo, Luiz Mário, desde o mês passado (maio/2011), faltando ainda a transferência do protocolar via SPU, pois o nº 10250666 da SEMACE, usado para consulta do processos, consta ainda a situação: “encaminhado para técnico”.
Blog - Há opiniões de que o sítio Islândia não é adequado para receber o bondinho, porque inexiste infraestrutura particular de hotéis, restaurantes, lazer, etc. o que diz disso?
Regis - Como se trata de APA – Área de proteção ambiental, a única obra que não afeta o meio ambiente é o teleférico. Assim não deve haver mesmo outras obras. Hotéis e restaurantes já existem na cidade e adjacências de Guaramiranga que é pequena e tudo é perto. A ideia do teleférico é para contemplação da natureza por turistas e não para comércio particular. Talvez dê para ter algum quiosque nas estações par venda de água, suco, etc., como tem no Rio de Janeiro, mas tudo tem que ver com o arquiteto projetista.
Blog - Quanto custa o projeto para os cofre do Estado, com e sem as estrutura necessárias?
Regis - Não sei, tem que ver com o arquiteto projetista.
Blog - Como é a participação da SEMACE nisto?
Regis - Agora como o projeto foi para SETUR cabe a SEMACE apenas as licenças ambientais, mas gostaria que a mesma ativasse a sede que foi construída lá, no governo do Lúcio Alcântara, ou usasse-a como escola de educação ambiental.
Blog - Como comparar o projeto daqui com o de Ubajara e outros?
Regis - O do Pico Alto é do modelo de cadeiras, onde as pessoas sentem o vento bater na cara e podem contemplar a natureza com todo campo de visão e se sentem integrados com a fauna e a flora, sempre com toda segurança e tranquilidade, são de cadeiras duplas, o de Ubajara é cabine e ambiente fechado.
Blog - Como o projeto comportaria a participação ou parceria de estrangeiros?
Regis - Como a SETUR é quem deve tocar a obra, cabe à mesma avaliar, mas o que pretendo como engenheiro mecânico é participar da obra e ficar responsável pela manutenção e administração do teleférico. Acredito que a empresa que ganhar a licitação da obra também queira participar da administração do teleférico e com participação da bilheteria, tipo uma concessão pública ou PPP, como existem em outros empreendimentos similares.
Assuntos relacionados:
Um teleférico para o Pico Alto, em Guaramiranga

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