domingo, 28 de agosto de 2011

GUARAMIRANGA DIZ NÃO A MEGA EVENTOS MASSIVOS

IGREJA-MATRIZ - FREDERICO DE HOLANDA BASTOS
Foto: Frederico de Holanda Bastos























Ao tratar da natureza dos eventos culturais que acontecem em Guaramiranga, o secretário de Cultura e Turismo do município, Almir Franco, é enfático: “Aquilo que não tem a ver com a cultura de Guaramiranga não cria raiz. Não perdura. Defendo festivais em que os nativos também possam se identificar. O Festival de Jazz & Blues só perdura, porque se adaptou à cultura da cidade”. Na função de secretário há três meses, Almir investe no apoio a eventos locais e de pequeno porte, como o Guaramiranga Junina, a Mostra de Dramas e o Guaramiranga Regional, com shows de grupos de música locais.
O secretário afirma que graças a estes pequenos eventos a cidade conseguiu sair de uma crise no início do ano. “De janeiro a maio, Guaramiranga passou por uma fase turística muito ruim. Ouvi de alguns donos de pousadas que eles pensavam até em demitir parte dos funcionários”. Com a execução destes projetos menos ousados, Almir acrescenta que Guaramiranga voltou a ter visitantes e as cidades vizinhas se beneficiaram. “O que realizamos é o suficiente, porque a cidade fica calma, o trânsito flui naturalmente, as pousadas acomodam o número ideal de pessoas. Meu objetivo não é promover mega eventos, mas pensar a cultura com responsabilidade. Do que adianta a enorme visibilidade, se o evento não funciona para a cidade?”, questiona, especialmente em referência ao Oktoberfest.
Com duas edições realizadas em Guaramiranga, o Oktoberfest é motivo de duras críticas dos moradores. “Foi desastroso. Na primeira noite, quando acabou a bebida, todos desceram a serra e ninguém mais conseguia passar. No segundo ano, eles ocuparam a cidade em obras. Virou um caos”, comenta Jerry de Souza, membro da Associação de Artesãos e Empreendedores de Guaramiranga (AEG). O jornalista Aécio Santiago, organizador das duas edições do Oktoberfest, confirma que o evento mostrou-se maior do que a capacidade da cidade. “Para você ter uma ideia, em 2009, faltou gasolina em alguns postos de Baturité e adjacências. A cidade não tem estacionamento adequado para um evento desse porte. Várias pessoas dormiram dentro dos carros em pleno acostamento da rodovia estadual”.
No entanto, Aécio explica que a produção do evento pensou em estratégias para solucionar os transtornos. “No ano passado, tivemos que criar um estacionamento para cerca de 700 carros. Uma parceria com o Detran planejou toda a ação para evitar acidentes”. Nos dois anos consecutivos, aproximadamente 21 mil turistas estiveram presentes ao Oktoberfest, que precisou transferir sua nova edição para o hotel Porto d’Aldeia, em Fortaleza. O ex-secretário de cultura do Estado, Paulo Linhares, enfatiza que Guaramiranga é uma cidade muito pequena para eventos massivos. “Seria preciso um projeto para articular atividades culturais sérias, mas não para atrair multidões”, pontua.
Segundo o presidente da Associação dos Empreendedores de Turismo da Serra de Baturité, Astélio Barros, existe uma sensibilização para pensar ações turísticas e culturais em Guaramiranga, que possam se estender a cidades vizinhas, como Pacoti e Mulungu. Ele também menciona a criação do Museu de Engenho e do parque ecológico GuaraPark, inaugurados há poucos meses, com o objetivo de descentralizar as atividades da cidade. “Não vejo Guaramiranga em crise. Só precisamos pensar ações seguras, que não tirem a tranquilidade da serra”.
Para o coordenador artístico da Agua, Vanildo Costa, o grande problema de Guaramiranga é a especulação imobiliária. “Com a criação dos eventos, o que tinha valor artístico acabou se voltando para o lado comercial, do mercado imobiliário. A alimentação e a hospedagem na cidade ficaram caras. Criou-se o mito de que Guaramiranga é um paraíso e que é caro ter esse pedacinho do céu”. Na avaliação de Vanildo, quanto mais empreendimentos são construídos na cidade, menos se investe em cultura. “É até contraditório. Como se divulga uma cidade como polo cultural, se não existem investimentos locais para respaldar?”
De acordo com a produtora Maria Amélia Mamede, da Via de Comunicação, a infra-estrutura de Guaramiranga é sempre um ponto delicado. “A rede hoteleira e os restaurantes já são bons, mas são caros para o que oferecem. Os serviços deixam a desejar. Não há planejamento a médio e longo prazo. No segmento de eventos culturais, o que é mais difícil e desgastante é que todo ano se começa do zero. Não se sabe se os projetos serão aprovados pelas leis de incentivo, se haverá patrocínios”.

POR Camila Vieira
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Guaramiranga - O Teatro Inacabado

TEATRO EM CONSTRUÇÃO
Foto: Facebook Nilde Ferreira
Desde dezembro do ano passado, o Teatro Municipal Rachel de Queiroz fechou as portas, devido a rachaduras nas paredes dos fundos e infiltrações no teto que prejudicam sua estrutura física. Enquanto não for reformado, não existe qualquer sinalização de volta ao seu habitual funcionamento. Em visita a Guaramiranga na última terça-feira, a equipe do O POVO constatou goteiras que danificam o solo do teatro e fissuras nas paredes. Durante as chuvas, a situação é ainda mais gritante. O palco e o porão alagam. O teatro foi construído em uma região onde passa um canal de drenagem, que, segundo suspeitavam os laudos anteriores, estaria com infiltrações nos tubos.
O POVO teve acesso ao último laudo, assinado pelo engenheiro Helder Martins. Ele constata que as infiltrações são resultado do rompimento de um tubo de drenagem, que inundou o subsolo, logo abaixo do palco, cujo piso é de solo batido. A inundação provocou a saturação do solo e, por consequência, a acomodação da fundação dos pilares. Para resolver o problema, o engenheiro recomenda o projeto e a execução de uma drenagem permanente no subsolo, a recuperação da calçada no contorno do teatro e a recuperação das alvenarias e das vigas fissuradas.
O valor estimado com a recuperação total do equipamento soma cerca de R$ 1,5 milhão. A prefeitura de Guaramiranga solicitou apoio da Secretaria da Cultura do Estado (Secult), que pediu um projeto completo de todas as demandas do teatro. Durante o último encontro de secretários do Maciço de Baturité, o secretário de Cultura e Turismo de Guaramiranga, Almir Franco, afirmou ter conversado com a secretária-adjunta de Cultura do Estado, Maninha Moraes, sobre a atual situação do teatro. “Nunca entendi porque o teatro não foi concluído. A expressão é de dor. Não se fez o cuidado devido e teve infiltração”, lamenta Almir.
Segundo nota da coordenação de comunicação da Secult, uma reunião está agendada para o dia 16 de setembro, entre o secretário Francisco Pinheiro e o secretário Almir Franco. “Pinheiro já manifestou a disposição da Secult em colaborar com a finalização da obra e recuperação”, explica a nota. De acordo com dados da Secult, o órgão já fomenta festivais culturais consolidados de Guaramiranga, com verbas do mecenato estadual e do Fundo Estadual da Cultura. Em cada uma das duas últimas edições do Festival Nordestino de Teatro (FNT), houve patrocínio de R$ 300 mil, respectivamente via demanda espontânea e edital Mecenas do Ceará. Ao Festival de Jazz e Blues 2011, foram doados R$ 190 mil, também via edital Mecenas do Ceará.
Apesar do apoio do poder público estadual, os dois festivais foram comprometidos, por causa do fechamento do teatro. Previsto para acontecer de 3 a 10 de setembro, a 18ª edição do FNT precisou adequar sua mostra tradicional a espetáculos de rua, que pudessem usar espaços alternativos, como a praça do teatro municipal. “O festival vai acontecer na rua, por uma situação que está posta e não por opção. Vamos fazer de tudo para acontecer, até para chamar a atenção para o descaso da cidade. É uma sinalização para que algo seja feito”, afirma Vanildo Costa, coordenador artístico da Associação dos Amigos da Arte de Guaramiranga (Agua), articuladora do festival.
Em março, a última edição do Festival de Jazz e Blues de Guaramiranga precisou ser transferida para o Estádio Municipal Jean Bardawil, em uma estrutura de 1.500 m², que custou R$ 170 mil a mais no orçamento da produção do festival. “No ano passado, com a impossibilidade de usar o teatro, foi estruturada uma grande arena, que distribuiu melhor o público e deu mais conforto. O problema é que, para o perfil do evento, é uma estrutura cara”, frisa Maria Amélia Mamede, produtora da Via de Comunicação, responsável pelo Jazz & Blues. Por outro lado, ela confirma que o evento não vai abandonar a cidade, contrariando boatos que surgiram nas últimas semanas entre Fortaleza e Guaramiranga. “Já estamos com o projeto de captação na praça e trabalhando para realizar a próxima edição ainda melhor”, afirmou categoricamente.

POR Camila Vieira
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quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Programação do XVIII Festival Nordestino de Teatro de Guaramiranga

XVIII Festival Nordestino de Teatro

Começa neste próximo sábado dia 3 e seguirá até o dia 10 de setembro o XVIII Festival Nordestino de Teatro de Guaramiranga que contará com espetáculos de sete estados nordestinos além do RJ, DF, PR, MG, RS e da Argentina.

Os palcos serão o teatro Rachel de Queiroz Pequeno, Mosteiro Franciscano, Praças, Ruas e outros espaços não convencionais, é nestes locais que ocorrerão os espetáculos da Mostra Nordeste, Mostra Paralela, Palco Giratório do SESC, Oi Esquetes, FNT para crianças, Guaramiranga em Cena e Mostra Ceará Convida, com grupos convidados do Brasil e Argentina.
O FNT contará com espetáculos teatrais e de cultura popular, contação de histórias, shows, cortejo, além do programa de formação com ciclo de debates e o X Encontro de Artistas Pesquisadores, que este ano será focado no tema “O Teatro e a Poética do Espaço”, cuja finalidade é de realizar trocas de conhecimentos nos campos das artes cênicas e promover o intercâmbio cultural.
Tudo isto este ano é aberto ao público e inteiramente grátis.


Baixe o folder da Programação em PDF
Folder PDF


VEJA MAIS:
REPORTAGEM TV VERDES MARES


FIQUE INFORMADO CLICK:  fnt.agua.art.br

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Guaramiranga participa da Mostra Arte no Maciço de Baturité

Por Heloísa Juaçaba - http://ninhodogaviao.zip.net/
O total de 25 obras é o que compõe a Mostra Arte no Maciço de Baturité, uma iniciativa da Associação dos Municípios do Maciço de Baturité (AMAB), que destacam pinturas e gravuras com estilos de arte diversificados, como o modernismo da veterana Heloísa Juaçaba (de Guaramiranga), foto.
A Mostra tem a curadoria de Francisco Tavares e a apresentação irá até o dia 10 de setembro, com entrada franca, as visitação poderão ser realizadas de segunda a sexta, das 8 às 17 horas; e aos sábados, das 8 ao meio-dia, no Espaço Cultural dos Correios, na Rua Senador Alencar, 38 – Centro – Fortaleza.
Guaramiranga ainda participa com Cláudio Amaro, Francisco Flor e outros.
Outras informações:
(85)3255 72.60.
http://www.opovo.com.br

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